quinta-feira, 22 de julho de 2010

Amor de Baunilha

Falas de amor, eu ouço tudo e me calo,
O amor no mundo é uma mentira
E é por isso que na minha lira
De amor poucas vezes falo.

Mas como um fantasma que se refugia
Na solidão da natureza morta,
Por trás dos ermos pensamentos, um dia,
O amor bateu na minha porta.

Parece muito doce aquela cana.
Descasco-a, provo-a, que ilusão!
O amor é como a cana azeda,
A toda boca que não prova, engana.

Quis saber que era o amor, por experiência,
E hoje que conheço o seu conteúdo,
Ainda eu, que idolatro o estudo,
Pudera ter todas as ciências, menos esta ciência.

Ah! Se me ouvisses falando.
E eu sei que ás dores resistes
Dir-te-ia coisas tão tristes
Que acabarias chorando.

Que mal o amor me tem feito.
Duvidas?! Pois, se tem duvidas,
Vem cá, olha estas feridas
Que o amor abriu no meu peito.

Meu amor, em sonhos, erra,
Muito longe, altivo e ufano
Do gemido da terra
E do barulho do oceano.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

A Musa da Meia Noite

Há tempos não vou a uma festa como aquela.
Quando cheguei, deparei-me com flashes e luzes.
Ao centro, doces e quitutes.
Nos cantos, abraços e amassos.
Jogado numa cadeira encontro a solidão.
Sozinho entre muitos, divago,
Sobre o tudo e o nada, vida e morte.
De repente, vejo um aglomerado de princesas do norte
Mas dentre todas, ela se destacava, a deusa das deusas,
Afrodite dos meus sonhos, o descobrimento do amor.
Fui acometido por uma forte paixão,
Que chegou feito rasteira e dominou meu coração.
Dentro do peito o coração contente,
Impulsos comandam minha mente,
A ponto de querer devorar seus lábios,
Explorar cada centímetro de seu corpo,
Conhecer seu lado mais sombrio,
Contar cada cacho de seu cabelo,
Sentir os traços desse rosto angelical,
Entregar-me totalmente.
Mas hesito, quase desisto, quase covarde,
Quando me encorajo, minha dama se foi, é tarde.
Mas Deus, como bom amigo,
Não havia de fazer isso comigo.
E eu como bom fiel, prometo,
Que de minha musa, arrancarei beijos e mordidas,
Nessa ou nas próximas vidas.

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Delírio 42

Sou aquele enganado,
Muitas vezes desconfiado,
Com o coração despedaçado.
Sou aquele preocupado
Também chateado,
Posso até ser despreparado
Mas não sou Viado.
Estou emburrado
Com esse complexo sistema
Que se tem por vida
Não sou mimado, mas bem tratado.
Largado nessa minúscula imensidão
Pergunto a Flavio José Dias Pimpão
Cadê as pessoas que viviam nos guetos?
A se drogar, fumar, beber e dar.
Já não se tem mais pessoas,
Mas criaturas Transformadas, revoltadas,
Como eu, como você , como tudo
É, sou guloso mesmo.
Nessa latrina humana,
Fui abandonado,
Alguém concerte esse sistema,
Ta tudo errado!
Cadê a valorização das people
Senhor, presidente, ministro, J.C, sei lá
Nem posso ver no que vai dar.
Olhos as ruas o observo com veemência
Tudo sem decência
Caras Banais, com total Demência
Junto com bonecas lindas. Será carência?
Observo agora dentro do meu ser,
E depois de uma boa análise, grito.
-Ei maquinista, pare o mundo que eu quero descer!
Pobre companheiro que está a ler essa merda,
Que não acaba.
Acalme-se e vá buscar um copo d”água
Acabou se o propósito da vida
Como posso ter vontade, segurança
De ter um filho, pra ele cair nessa jornada desgraçada
Mas de tudo uma coisa me consola
Não existe julgamento final
O que se faz aqui, se paga aqui.
TEMO o Espírito Santo
A santa Igreja Católica
A comunhão dos santos
A remissão dos pecados,
A ressurreição da carne,
A vida eterna.
Amém.