Falas de amor, eu ouço tudo e me calo,
O amor no mundo é uma mentira
E é por isso que na minha lira
De amor poucas vezes falo.
Mas como um fantasma que se refugia
Na solidão da natureza morta,
Por trás dos ermos pensamentos, um dia,
O amor bateu na minha porta.
Parece muito doce aquela cana.
Descasco-a, provo-a, que ilusão!
O amor é como a cana azeda,
A toda boca que não prova, engana.
Quis saber que era o amor, por experiência,
E hoje que conheço o seu conteúdo,
Ainda eu, que idolatro o estudo,
Pudera ter todas as ciências, menos esta ciência.
Ah! Se me ouvisses falando.
E eu sei que ás dores resistes
Dir-te-ia coisas tão tristes
Que acabarias chorando.
Que mal o amor me tem feito.
Duvidas?! Pois, se tem duvidas,
Vem cá, olha estas feridas
Que o amor abriu no meu peito.
Meu amor, em sonhos, erra,
Muito longe, altivo e ufano
Do gemido da terra
E do barulho do oceano.
Hmmm apaixonado, é? Continue a escrever sempre, Marcelo, dizem que a prática leva à perfeição, eu não acredito muito nisso, acho que se vier assim, brotando do coração, já está perfeito, nem precisa metrificar!~
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